Hoje foi realmente um dia para entrar na história do ENEM e porque não do País.
"A Persistência da Violência Contra a Mulher na Sociedade Brasileira" foi o tema da redação da prova esse ano e eu digo com todas as letras que adoraria escrever essa redação...
Hoje eu realmente gostaria de estar em uma sala qualquer e poder olhar a cara de alguns... homens... Isso mesmo com letrinha pequena... Minúscula... Gostaria de saber se tiveram coragem de escrever que lugar de mulher é no fogão ou no tanque lavando roupa... Que mulher tem que ser submissa, obediente, levar comidinha no sofá... Ah! Vão se Catar!!! Ah! Como eu gostaria de poder fazer essa observação cara a cara... Imagino o desespero de alguns machistas dentro de uma sala ao abrir o caderno de provas e dar de cara com esse TEMA. Literalmente vão mentir ou teremos menos homens nas Universidades em 2016...
É fato que precisamos prestar bastante atenção como o tema foi proposto... Temos que nos atentar que essa situação não é um caso isolado, pontual, pois é algo ruim, persistente, diário e de todas as formas possíveis e imagináveis dentro de uma sociedade opressora e machista que deveria nos proteger totalmente desse mal e dar um fim para a tal da impunidade que assola a vida de tantas mulheres em todos os locais.
Hoje a questão sobre a Violência da Mulher foi discutida por mais de 7 milhões de estudantes... E por todo o País, tenho a mais absoluta certeza... Em várias partes do Globo Terrestre. Tema pertinente e sempre atual e muito distante de uma resolução efetiva e real. Como mulher me senti representada nessa prova.
Uma vez ouvi de alguém que a Violência contra a Mulher é uma questão de tempo, basta criarmos coragem e darmos um chute bem dado no saco daquele que nos oprime... Oxalá, todas nós tomemos essa coragem e possamos em um futuro breve nos livramos desses que se dizem Machos, mas não na acepção da palavra... Macho que é Macho não bate em mulher e muito menos oprime.
Números da OMS indicam que a maioria das mulheres são mortas pelos maridos, namorados, parceiros, amantes... Essas mesmas mulheres, apanham, são violentadas ou estupradas em algum momento de suas vidas. No Brasil uma mulher é espancada a cada 15 segundos, nesse momento eu reafirmo a necessidade de uma luta constante para que essa situação seja revertida e todas as mulheres sejam empoderadas em sua dignidade para que sejam ativas em suas vidas, em suas casas, para que tenham coragem de enfrentar seus agressores, seus medos e seus sofrimentos.
A implementação da Lei 11.340, intitulada Lei Maria da Penha sancionada em 7 de agosto de 2006, permitiu que a Violência Contra a Mulher deixasse de ser tratada como um crime comum, englobando outras situações tão pertinentes como a violência física e sexual, psicológica, patrimonial e o tal do assedio moral, onde tantos MACHOS acham que podem falar tudo e nada vai acontecer... Ledo engano... Reafirmo LEDO ENGANO!!!
Infelizmente muitos desses ditos MACHOS ainda conseguem sair impunes de algumas situações, pois não existe iniciativas eficazes para a total prevenção dessa maldita violência...
Continuamos sim sendo agredidas e acuadas pelos nossos agressores, mas além da dor física a alma é a que mais sofre com tudo isso... São pancadas que não tem remédio ou curativo para amenizar a dor.
Saliento também que os governos são responsáveis pelos recursos para que essa opressão tenha um fim, basta se empenhar e agir com vontade.
Já está mais do que na hora dos ESTADOS cumprirem seus papeis que é o dever de proteger as mulheres contra todo e qualquer tipo de violência buscando medidas, liderança e recursos urgentes. É hora de dar um BASTA a violação dos nossos direitos no que se refere ao enfrentamento e prevenção dessa maldita síndrome chamada Violência Contra a Mulher!!!
Estados, Municípios e Governo cumpram seu compromisso que está acordado em Instrumentos de Direito Internacional e nas Politicas Públicas e Sociais para que o compromisso em relação a Lei Maria da Penha possa realmente alterar os comportamentos de violência em relação as mulheres e responsabilizar integralmente seus agressores.
É uma ação de cidadania que busca compromisso e atitude em relação à Lei Maria da Penha, a fim de alterar os comportamentos de violência contra as mulheres e responsabilizar os agressores.
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