Esse texto fala basicamente sobre meu sentimento nesse dia...
Vida significa existência. Do latim “vita”, que se refere à vida. É o estado de atividade incessante comum aos seres organizados. É o período que decorre entre o nascimento e a morte . Por extensão vida é o tempo de existência ou funcionamento de alguma coisa.
A palavra vida tem um conceito bastante amplo e pode ter vários significados dependendo do contexto onde é inserida:
Vida boa, Vida social. Vida orgânica, Vida de cão, Vida pública, Vida latente, Vida eterna, Vida unitiva, Vida danada, Vida toda... São tantas vidas e todas elas se acabam em questão se milésimos de segundos... A vida não é infinita...
E nessa hora que somos tomados por uma enorme sensação de inutilidade, de vazio. Questionamos o porquê de nossa existência e nada parece fazer sentido. Concentramos nossa atenção no lado mais cruel da vida, aquele que é implacável e a todos afeta indistintamente: as perdas do ser humano.
Ao nascer, perdemos o aconchego, a segurança e a proteção do útero. Estamos, a partir de então, por nossa conta. Sozinhos. Começamos a vida em perda e nela continuamos.
Paradoxalmente, no momento em que perdemos algo, outras possibilidades nos surgem. Ao perdermos o aconchego do útero, ganhamos os braços do mundo. Ele nos acolhe, nos encanta e nos assusta, nos eleva e nos destrói. E continuamos a perder e seguimos a ganhar.
Perdemos primeiro a inocência da infância. A confiança absoluta na mão que segura nossa mão, a coragem de andar na bicicleta sem rodinhas porque alguém ao nosso lado nos assegura que não nos deixará cair… E ao perdê-la, adquirimos a capacidade de questionar. Por quê? Perguntamos a todos e de tudo. Abrimos portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.
Estamos crescendo. Nascer, crescer, adolescer, amadurecer, envelhecer, morrer.
Vamos perdendo aos poucos alguns direitos e conquistando outros. Perdemos o direito de poder chorar bem alto, aos gritos mesmo, quando algo nos é tomado contra a vontade. Perdemos o direito de dizer absolutamente tudo que nos passa pela cabeça sem medo de causar melindres.
Receamos dar risadas escandalosamente da bermuda ridícula do vizinho ou puxar as pelanquinhas do braço da vó com a maior naturalidade do mundo e ainda falar bem alto sobre o assunto. Estamos crescidos e nos ensinam que não devemos ser tão sinceros. E aprendemos. E vamos adolescendo, ganhamos peso, ganhamos, seios, ganhamos pelos, ganhamos altura, ganhamos o mundo.
E quando chega nesse ponto, vivemos um grande conflito. O mundo todo nos parece inadequado aos nossos sonhos. Ah! Os sonhos... Ganhamos muitos sonhos. Sonhamos dormindo, sonhamos acordados, sonhamos o tempo todo.
Aí, de repente, caímos na real... Estamos amadurecendo, todos nos admiram. Tornamo-nos equilibrados, contidos, ponderados. Perdemos a espontaneidade. Passamos a utilizar o raciocínio, a razão acima de tudo. Mas não é justamente essa a condição que nos coloca acima dos outros animais... A racionalidade, a capacidade de organizar nossas ações de modo lógico e racionalmente planejado.
E continuamos amadurecendo, compramos um carro novo, um apartamento, conhecemos um companheiro, ganhamos um diploma. E desgraçadamente perdemos o direito de gargalhar, de andar descalço, tomar banho de chuva, lamber os dedos e soltar pum sem querer.
Mas perdemos peso... Já não pulamos mais no pescoço de quem amamos e tacamos-lhe aquele beijo estalado, mas apertamos as mãos de todos, ganhamos novos amigos, ganhamos um bom salário, ganhamos reconhecimento, honrarias, títulos honorários e a chave da cidade. E assim, vamos ganhando tempo, enquanto envelhecemos.
De repente percebemos que ganhamos algumas rugas, algumas dores nas costas ou nas pernas, ganhamos celulite, estrias, ganhamos peso e perdemos cabelos. Nos damos conta que perdemos também o brilho no olhar, esquecemos os nossos sonhos, deixamos de sorrir, perdemos a esperança. Estamos envelhecendo.
Não podemos deixar pra fazer algo quando estivermos morrendo. Afinal, quem nos garante que haverá mesmo um renascer, exceto aquele que se faz em vida, pelo perdão a si próprio, pelo compreender que as perdas fazem parte, mas que apesar delas, o sol continua brilhando e felizmente chove de vez em quando, que a primavera sempre chega após o inverno, que necessita do outono que o antecede.
Que a gente cresça e não envelheça simplesmente. Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie. Que tenhamos rugas e boas lembranças. Que tenhamos juízo mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia. Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos. E, principalmente, que não digamos apenas eu te amo, mas ajamos de modo que aqueles a quem amamos, sintam-se amados mais do que saibam se amados.
Afinal, o que é o tempo? Não é nada em relação a nossa grande missão. E que missão... E que saibamos aproveitar cada milésimo desse tempo... E que eu saiba aproveitar cada milésimo desse tempo... Tempo difícil, dolorido, sofrido...
Mesmo diante de tantos questionamentos tenho aprendido tantas coisas... Uma das coisas é que... Minimamente ninguém é perfeito... Pelo contrário, em sua grande maioria as pessoas tem muitos defeitos e poucas qualidades... E olha que aprendi isso da pior forma possível, pessoas são tão contraditórias... Diferente do Pequeno Príncipe... Eu acho as pessoas contraditórias...
Pessoas são boas, mas tem defeitos e nos decepcionam, por vezes as achamos perfeitas por gostar, por admirar, mas tudo é tão passageiro... Não devemos jamais basear a nossa vida na vida do outro, isso é se auto destruir e pode se tornar muito perigoso. Pensemos nisso com carinho.
Fiquemos em paz!
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